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A comunhão de sofredores

  • 5 de out. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 31 de out. de 2023

Ao nos depararmos com a Cruz de Cristo vemos o Filho de Deus sofrendo, mas ainda pior, o vemos sendo rejeitado. Pouco tempo antes disso, o apóstolo Pedro escandalizou-se com esse fato e Jesus o repreendeu severamente. Antes mesmo de haver menção da igreja, o sofrimento e a rejeição já eram escândalo. Assim como Pedro, desejamos ardentemente nos livrar de todo e qualquer sofrimento, e é exatamente dessa forma que Satanás entra na igreja: a brecha da nossa fuga da Cruz de Cristo.


A questão é que Jesus só é quem Ele é por causa da Cruz e nós só seremos discípulos se passarmos pelo sofrimento e pela rejeição. É nesse compartilhar que nos unimos à Ele.


E aqui vejo-me na incumbência de dizer que não são sofrimentos arbitrários que o tornam participante do sofrimento de Cristo. É quando enfrentamos a abnegação de conhecer somente ao Senhor e Sua vontade, a ponto de esquecer de nossa própria, que passamos a viver o verdadeiro sofrimento.


Ao conhecer e ver somente a Cristo, toda e qualquer dor é inferior. “Jesus é tudo o que vemos”, Dietrich Bonhoeffer em Discipulado. E assim como o apóstolo Paulo, veremos tudo como perda:


“Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo

e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé.

Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos.

Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus.”



Fomos salvos e com a salvação recebemos também uma cruz para carregarmos, ela já nos foi preparada desde o início. Foi talhada e designada por Deus para cada um de nós. Sim, o Evangelho traz imposição, a imposição de uma cruz. Por isso Cristo Jesus é nossa vida, mas também nossa morte.


As cicatrizes de nossos sofrimentos são como sinais de nossa comunhão com o sofrimento do nosso Senhor.


E há ainda outra carga, além de nossa própria cruz, que somos convocados a carregar, como cristãos. Gálatas 6.2 nos fala sobre carregar as cargas uns dos outros. Muito mais do que levar o mau temperamento do irmão, nosso compromisso é de também levar os pecados dele, levá-los até a cruz de Cristo para perdoá-los.


Assim, juntos, somos a comunhão de sofredores. Participantes dos sofrimentos e das rejeições uns dos outros, assim como do nosso Senhor. E é assim que o sofrimento é tido como graça e alegria, saber que somos coparticipantes da glória e do sofrimento de Cristo.


À igreja é imposto o dever de carregar o sofrimento do mundo, o verdadeiro sofrimento, o de estar afastado de Deus. Levamos esse sofrimento do mundo aos pés daquEle que a tudo venceu, nosso Mediador. “Ele levou sobre si nossas dores, pelas suas pisaduras fomos sarados”. Ser cristão é levar fardo, um fardo leve e suave, trocado em Cristo.


“… Não é a obra que você escolher, nem o sofrimento que você preferir, mas é o caminho com que você depara não obstante sua escolha, seu pensamento e seu desejo - e é aí que eu chamo, é aí que você se torna discípulo; é a hora oportuna, o seu Mestre chegou.” (Lutero)


Referência:

BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. São Paulo: Mundo Cristão, 2016. 254 p.








Por Gabriela Simas

 
 
 

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