SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.
Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.
Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Tornai-vos, filhos dos homens.
Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite.
Salmos 90:1-4
Como compreender o tempo de um Deus que é eterno? Como medir os dias, os anos de um Deus que era antes de tudo vir a ser?
Através dos Salmos somos convidados a uma verdadeira interseção do tempo. Aqui eu poderia estar falando de algo científico, comprovado e testado pela ciência, mas em completo oposto, essa experiência só pode ser provada pelos simples de coração, com disposição de fé, dada pelo próprio Espírito.
Admirar o tempo de Deus é, ao mesmo tempo, conflitar com o nosso e descansar à sombra do Onipotente. Em meio às aflições da cronologia que nos enreda, somos chamados a transcender o tangível e nos encontrarmos em uma era onde o Verbo era, é e há de ser eternamente.
Viver o “já” e o “ainda não” em paz, no ritmo que o Bom Pastor nos dirige para pastos verdejantes. É nos Salmos que somos desafiados a tal experiência, é nessas poesias que podemos ver o amor de Deus sendo refletido sobre a terra, trazendo ordem ao jardim por Ele criado.
É com esse coração que então, conhecemos nosso dever divino em relação aos céus e a terra. Somos convocados a executar humilde e obedientemente nossa vocação. Quando cada membro do corpo compreende isso, somos um reflexo do plano perfeito de Deus para o jardim. Seu tempo, Sua Ordem, Sua administração e também Seu amor resgatador em prol de um mundo imperfeito.
Mesmo com os constantes fracassos humanos, seja na grande Israel ou em nossas pequenas igrejas locais, nenhum deles rescindiu o projeto ideal de Deus.
Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado.
Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares.
Salmos 51:1-4
Em Cristo, e vemos isso nos Salmos, há esperança para que esse plano que parece tão desastroso venha redundar em glória para o Soberano Deus:
Todos os limites da terra se lembrarão, e se converterão ao Senhor; e todas as famílias das nações adorarão perante a tua face.
Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre as nações.
Todos os que na terra são gordos comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele; e nenhum poderá reter viva a sua alma.
Uma semente o servirá; será declarada ao Senhor a cada geração.
Chegarão e anunciarão a sua justiça ao povo que nascer, porquanto ele o fez.
Salmos 22:27-31
Ele está vindo para julgar a terra, juntamente com os seres criados, cabe a nós celebrar Sua gloriosa presença. É a confiança nessa justiça restaurativa de Deus que nos torna aptos para praticar as obras de justiça que Ele já nos preparou hoje:
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
Efésios 2:8-10
Por isso, em dias de tremenda tribulação, lembre-se, nosso tempo está nas mãos de Jesus. Descanse naquele que é Soberano e Justo para cumprir tudo quanto prometeu.
Referência:
WRIGHT, N. T.. Salmos: contextos históricos, literários e espirituais para resgatar o significado do hinário do antigo israel. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2020. 190 p. 2020.